Frei Nicodemos Pinheiro

FREI NICODEMOS PINHEIRO, O.F.M. Nascimento: 11 de janeiro de 1930, São Francisco do Sul, Santa Catarina Morte – Curitiba, PR, 13 de julho de 1975. Filho de Herminio Pinheiro e Targina Maia, o quinto filho de uma família de mais 3 irmãs e 2 irmãos. Frei Nicodemos faleceu em 13 de julho de 1975 em um desastre automobilístico em Curitiba quando voltava para Lages para pregar Missões, seu maior sonho dentro da vida religiosa, na cidade de Rodeio. A cidade de Lages sentiu muitíssimo a partida, que parecia prematura, do caro confrade e amigo de todos. Os alunos da faculdade, os adolescentes do Colégio Diocesano, o povo em geral chorou o doloroso acontecimento: desapareceria mais um franciscano. Frei Nicodemos era de temperamento jovial, artista, amante da música, da poesia e das flores. Era às vezes explosivo diante de alguém ou de algo que o desgostava. Mas sua alma não guardava rancor. Se fossemos classifica-lo diríamos que era um sanguíneo, um tanto melancólico. Gostava de ficar a sós com suas ocupações prediletas, mas uma vez em contato com outros era alegre, de m diálogo atraente. De família pobre, seu pai era motorista e sua mãe se dedicava aos afazeres domésticos. Frei Nicodemos entrou menino para o Seminário de Rio Negro. Quanto aos estudos, sentiu sempre certa dificuldade; embora com sacrifício conseguiu vencer. Entrou para o Noviciado sob a orientação de Frei Hugolino em dezembro de 1953. Hermínio Pinheiro Junior, assim se chamava Frei Nicodemos, recebeu o hábito de São Francisco no dia 17 de dezembro de 1953. Diz ele desse dia: “Radiante de alegria tive a grande de receber o hábito do Seráfico Pai São Francisco. Recebi também um novo nome Frei Nicodemos. Coloco-me nas mãos de Deus, da Virgem Maria, de São Francisco, de São José e de São Nicodemos. Queiram todos eles cuidar e guiar pela vida religiosa e levar-me à Pátria da bem-aventurança eterna. Magnificat anima mea Domino”. Frei Nico foi um grande devoto da Virgem Maria. Em notas do retiro de 26 de fevereiro lemos: “A devoção a Maria não seja a nossa finalidade, mas meio para bem servir a Deus e a Jesus. Maria é a porta e o Caminho para Jesus, para nossa salvação”. Resumia o ideal franciscano, meditando sobre a conversão do Seráfico Pai no slogan: “Paubertas et Humilitas”. E como religiosos, onde buscamos nós o conforto e a luz? Nos homens?... Frei Nicodemos chegou à conclusão que deveria buscar acima de tudo em Cristo. Jesus é médico. Não adianta queixar-se com os outros, é a Ele que devemos expor as chagas e dores de nosso nobre coração e desterrada alma. Tudo por Vós...” Frei Nicodemos foi um frade bem humano e é isto que nos atrai nele. A vida na Igreja, o sacerdócio, as missões sempre foram uma preocupação para Frei Nicodemos. As missões, de fato, o atraiam desde longa data. Assim escrevia então:” Jesus, eu sinto dentro do peito o fogo do missionário. Quisera já lançar-me à liça, mas não posso. Dai-me oração fervorosa e perseverante. União continua convosco também no trabalho, em toda e qualquer ocupação. Dai-me sede de almas”. Os anos de 1955 e 1956 Frei Nicodemos passou-os em Curitiba, cursando a Filosofia. Mesmo neste período ele não esquecia que era religioso franciscano. Deus quer o melhor de nós mesmos e muito do que lhe prometi. De sua parte tudo faz por mim, de minha parte, tudo o que eu posso, devo fazer”. Como já lembramos, o que nos atraia em Frei Nicodemos era seu aspecto humano, um homem lutador, que enfrentava as dificuldades do dia-a-dia e não escondia, por vezes o sofrimento que sentia na carne pelas dúvidas que o assaltavam. Mas nunca esmorecia a confiança. Assim, a 10 de maio de 1955 suplicada a Santa Teresinha: “Tenho 25 anos e já era tempo de ter um caráter definido e formado. Acho-me tão fraco. Sou religioso, mas um religioso cheio de dúvidas, desânimo e fraqueza. Boa santinha, a quem cumulou Deus com especiais favores, rogai por mim. Peço que alcanceis de Deus que eu obtenha clareza sobre a vocação para a qual fui chamado, luz do espírito para a mente, memória para o estudo, força e perseverança no bem, disposição e amor ao estudo e ao trabalho. Peço como atestado: a vocação religiosa sacerdotal franciscana. É com humildade, boa Irmãzinha, que assim peço. Podeis recusar o meu pedido se assim quiserdes.... Seja feita a vontade de Deus!”. De 1957 a 1960 Frei Nicodemos fez um curso de Teologia em Petrópolis. Foi ordenado sacerdote a 12 de dezembro de 1959. Após o ano de pastoral no Convento de Santo Antonio do Rio de Janeiro, recebeu sua primeira transferência para o Seminário de Agudos, como prefeito da 1ª. Ala. Os anos de 1961 a 1964 passou-os em Agudos. Já então, como experimentado educador da juventude. Frei Nicodemos foi solicitado para integrar a comunidade do Seminário de Guaratinguetá. Em 1964 foi mais uma vez convidado para oferecer seus préstimos junto à juventude, no Colégio Diocesano de Lages, em Santa Catarina. Foi Lages seu último campo de trabalho e testemunho franciscano: foi na comunidade de Lages que dedicou seu último esforço antes de descansar na comunidade do Pai. Seus últimos sete anos passados no trabalho pastoral e junto à juventude foram anos de grande crescimento espiritual de sua alma dedicada à Deus e aos irmãos. Seus primeiros anos em Lages ocupou-os como prefeito do Internato e professor do Colégio Diocesano – Frei Nicodemos, como padre prefeito dos jovens, mostrou-se sempre compreensivo e sabia adaptar-se à mentalidade jovem. Acima de tudo era amido das pessoas. Embora às vezes manifestasse algumas explosões de cólera, era um fogo passageiro, que deixava um rastro de bondade. Além de outras matérias, era também professor do ensino religioso. Os alunos apreciavam sobremaneira duas mensagens de toda hora. Frei Nicodemos não podia separar a mensagem da vida do conteúdo frio de uma disciplina qualquer. O que atraia em suas aulas podemos até afirmar, não era muitas vezes o conteúdo da matéria, mas a apresentação de uma constante mensagem pessoal e seu próprio testemunho como pessoa feliz e realizada. Embora nuvens escuras tivessem pairado na vida íntima de Frei Nicodemos, jamais o ouvimos por em dúvida o conteúdo e a resolução de sua vida como franciscano e padre. Com a abertura da FACIP (Faculdade de Ciências e Pedagogia), Frei Nicodemos foi convidado para lecionar latim, no curso de Letras. Mas o ideal de Frei Nicodemos ainda não estava completo. Colmo ardoroso entusiasta do trabalho missionário, Deus ainda iria atender seu desejo. E a ocasião apareceu: as férias de julho do ano de 1975. Um grupo de abnegados confrades se inscreveu para uma missão popular na cidade de Rodeio. Exatamente no mesmo lugar onde, com ardor, Frei Nicodemos manifestara seu grande desejo missionário, nos tempos do noviciado. Frei Nicodemos tinha aceito pregar Missões na paróquia de Rodeio. Para lá se dirigia, no começo do mês, todo animado. Na sexta-feira, dia 11 de julho, voltou a Lages para ajeitar as aulas a faculdade de Ciências e Pedagogia pois as missões iriam até o dia 20, e não até dia 15, como pensara Frei Nicodemos. Após o almoço, lá pelas 14 horas partiu de fuscão. A uns 20km, de Lages chocou-se violentamente com um Maverick que vinha de Curitiba. Frei Nicodemos e os outros feridos foram imediatamente socorridos pela Polícia Rodoviária Federa e levados para o Hospital de N.S. dos Prazeres em Lages, Frei Nicodemos teve esmagamento do tórax, com fratura de quase todas as costelas e várias perfurações do pulmão esquerdo. O seu estado foi se agravando. À noite sua respiração melhorou. Começou mesmo a falar. Quis confessar. Recebeu a Unção dos Enfermos, a absolvição e comungou, participando conscientemente. Ao lhe dar a comunhão, disse-lhe Frei Gabriel Wzoreck: “Amanhã lhe trarei novamente a comunhão”. Ele respondeu convicto: “Você não vai me dar de novo a comunhão.” No dia seguinte ele foi transportado para o Hotel N. S. das Graças em Curitiba, onde acabou por falecer. Era chegada sua hora. O Pai o chamou a si. Missão cumprida!. Na hora da missa de corpo presente a comunidade sentiu quanto era querido este franciscano. Alguém comentava: “Frei Nicodemos era padre... padre!”. A multidão que acompanhou seu corpo no último adeus foi uma das maiores que Lages até hoje viu. Frei Nicodemos voltou para o Pai mas sua lembrança permanece entre nós e no povo ao qual serviu tantos anos. Fica entre nós aquela alma pura, simples, aquele autêntico franciscano! Conrado Vasselai SER FRANCISCANO Frei Nicodemos Pinheiro Ninguém vive sem IDEAL Importa tê-lo cada vez mais perfeito! Nas sendas de Francisco de Assis encontrei o IDEAL que tanto procurei E quis e nele procurarei viver. Ser é ter atribuo algum, Um modo de existir e estar, Existir, permanecer, ficar. Ser franciscano é ter atribuo De Francisco, o Poverello de Assi. Ideal que persegui e sempre quis Em vez de ser rico, poderoso e astuto Nas pegadas de Francisco caminho. O caminhar simples, pobre Maneira de ser obre, Evangélico, pobrezinho Cristão perfeito.

Solidariedade e Paz

Que a paz do nosso Divino Mestre possa envolver todos os recantos do planeta. Que as lágrimas e dores da humanidade possam ser consoladas. Que saibamos identificar em cada criatura suas chagas ocultas, seus sofrimentos silenciosos. Que tenhamos a sabedoria para entender o clamor da dor e a disponibilidade disciplinada para sair em socorro daqueles que sofrem, que se debatem nas trevas da incompreensão e do desamor. Pacifica nosso coração para que tenhamos a capacidade e entendimento para levar a pacificação entre as criaturas que ainda se comprazem em provocar a dor, em fazer as lágrimas.... não são criaturas degradadas, são crianças que crescem.... Dilata-nos a visão espiritual, amplia-nos o entendimento, para que possamos a todos auxiliar, assim como também necessitamos de ajuda e compreensão, daqueles que já superaram as nossas próprias dificuldades. Sê conosco hoje e em todos os momentos da nossa trajetória. Um Amigo Mensagem psicografada em 15.10.2.023