terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Buscando o essencial

Que a paz de JESUS esteja em nossos corações. Mestre Amado, acolhe nossos corações sedentos da busca do essencial. Mostra-nos o caminho para conquista de nós mesmos. Que saibamos valorizar as coisas simples do viver, transformando-nos em instrumentos da Tua paz e da Tua misericórdia aonde quer que nos encontremos. Abre nossos olhos para as maravilhas com que o Pai nos brindou a longo dos caminhos. Que a beleza da natureza e o perfume das flores possa nos impregnar de fluidos positivos e renovadores. Que possamos transmitir a nossa fé através de atos bondosos em relação aos nossos semelhantes. Faz-nos surdos às agressões daqueles que se encontram perdidos nas teias escuras do desequilíbrio.... que as nossas preces possam envolve-los em uma atmosfera de paz e serenidade. Que possamos estar sempre vigilantes a fim de não entrarmos em faixas vibratórias dissonantes do Teu amor. Sê conosco, hoje e sempre. Com carinho infinito. NICO&saula Mensagem psicografada em 12.02.2017

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Frei Nicodemos Pinheiro

“Dia 13 de julho de 1975 a cidade de Lages sentiu muitíssimo a partida que parecia prematura, do caro confrade e amigo de todos. Os alunos da Faculdade, os adolescentes do Colégio Diocesano, o povo em geral chorou o doloroso acontecimento: desaparecia mais um franciscano. Propomo-nos nestas linhas dar uma visão, embora imperfeita, deste confrade que, em sua curta vida, muito conseguiu para o Reino de Deus. Frei Nicodemos era de temperamento jovial, artista, amante da música, da poesia e das flores. Era as vezes explosivo diante de alguém ou de algo que o desgostava. Mas sua não guardava rancor. Se fôssemos classifica-lo, diríamos que era um sanguíneo, um tanto melancólico. Gostava de ficar a sós com suas ocupações prediletas, mas uma vez em contato com outros era alegre, de um diálogo atraente. De família pobre. Seu pai era motorista, e sua mãe se dedicava aos afazeres domésticos. Frei Nicodemos entrou menino para o Seminário de Rio Negro. Quanto aos estudos, sempre sentiu certa dificuldade; embora com sacrifícios, conseguiu vencer. Entrou para o noviciado sob a orientação de Frei Hugolino em dezembro de 1.953. Deste ano inesquecível na vida de todo o religioso, Frei Nicodemos também guardou recordações, anotadas no diário que nos deixou. Assim escrevia ele na primeira página de seu diário: “As nove horas da noite chegamos. Nosso Senhor bem sabe com quanta vontade que me lanço em sua aventura. O noviciado não é tão tétrico como parecia. Francamente o ambiente atrai. O refeitório, a capela, as celas e tudo o mais é atraente, por não falar dos arredores”. E mais adiante lemos: “Rezar o ofício é uma beleza. Pena que o manejo seja um tanto complexo.” Ainda: “ Amor de Deus e o nosso contínuo exercício. Tudo por Vós, Sagrado Coração de Jesus”. Hermínio Pinheiro Jr, assim se chamava Frei Nicodemos, recebeu o hábito de São Francisco no dia 17 de dezembro de 1.953. Diz ele desse dia: “Radiante de alegria tive a grande graça de receber o hábito do Seráfico Pai São Francisco. Recebi também um novo nome, Frei Nicodemos. Coloco-me nas mãos de Deus, da Virgem Mãe, de São Francisco, de São José e de São Nicodemos. Queiram todos eles cuidar e guiar pela vida religiosa e levar-me à Pátria da bem aventurança eterna. Magnificat anima mea Domino”. Vamos entrando em “in-medias res”. Trabalhos, conferências, coro noturno..... Assim sentia o frade, a realidade da vida religiosa e dispôs-se à perfeição: “Convem-te pois arrostar varonilmente todos os obstáculos e pelejar com muito esforço contra tudo o que se opuser”. Nessa realidade o confrade conhecia sua limitação. Assim, em suas notas do primeiro retiro mensal nos fala de sua boa vontade: “Exame, puxa!Muito tenho que trabalhar. Foi um dia de grandes consolações. Bate-se muito no desapego para com os pais. É necessário que assim seja, senão a gente está dividido e amarrado. Amor para com os pais, isto sim, amor sadio e espiritual. Confiá-los todos os dias aos cuidados de Deus Nosso Senhor”. Sabemos que Frei Nicodemos tinha um grande amos pela sua família. E sempre lhe era um prazer falar sobre ela. Frei Nico foi um grande devoto da Virgem Maria. Em notas do retiro de 26 de fevereiro lemos: “A devoção à Maria não seja a nossa finalidade mas um meio para bem servir a Deus e a Jesus. Maria é a porta e o caminho para Jesus, para nossa salvação”. Resumia o ideal franciscano meditando sobre a conversão do seráfico Pai no slogan “Paupertasethumilitas”. E como religiosos, onde buscamos nós o conforto ea luz? Noshomens?... Frei Nicodemos chegou a conclusão, que deveria buscar acima de tudo em Jesus. “Jesus é o médico. Não adianta queixar-se com os outros, é a Ele que devemos expor as chagas e dores do nosso pobre coração e desterrada alma. Tudo por Vós.....” No afã de crescer espiritualmente encontramos datada de maio de 1954 a seguinte reflexão: “A exteriorização é o grande perigo para a vida espiritual. Vida interior em primeiro lugar. Quem não se afirmou nesta vida espiritual não cria raízes na vida religiosa! O desejo de sentimento na oração é um egoísmo, coisa que não devemos buscar, pois procuraríamos as consolações de Deus e não o Deus das consolações”. E como consequência prática para sua vida, tomou a resolução: “Não buscar consolações, mas que minha oração seja consciente oração da vontade”. Durante o mês de junho a preocupação do então noviço Frei Nicodemos foi em torno da mortificação. Assim lembrava: Ela (mortificação) ausente, nos nivelaremos com o comum dos homens, ao passo que com ela nos achegaremos mais e mais a Jesus, numa intimidade cada vez mais cerrada e perfeita”. Assim, temos inúmeros depoimentos de Frei Nicodemos, registrados em seu diário do ano de provação na vida religiosa. Frei Nicodemos foi um frade bem humano e é isto que nos atrai nele. Como dizíamos, perpassando seu diário espiritual podemos sentir como era grande sua preocupação em melhorar, em acertar, em crescer na vida espiritual para tornar-se um autentico religioso franciscano. Sentia como todos nós, as dificuldades daqueles que se propõe levara vida a sério. Assim escrevia ainda pelo mês de setembro do ano do noviciado: “A pessoa religiosa é uma vítima sempre viva e sempre morrendo. Meu Jesus, ainda falta-me uma boa dose de confiança. Quero em tudo fazer a boa intenção. Caso orgulho, vanglória ou outra coisa se aninhar em meu coração, não leveis em conta, é a superfície, no fundo vos amo, Jesus, apesar de tantas infidelidades, bem sabeis que vos amo”. A vida na igreja, o sacerdócio, as missões, sempre foram uma preocupação para Frei Nicodemos. As missões, de fato, o atraiam já desde longa data. Assim escrevia então: “Jesus, eu sinto dento do peito o fogo demissionário. Quisera lançar-me à liça, mas não posso. Daí-me ao menos fazer algo; inspira-me, daí-me oração fervorosa e perseverante. União contínua convosco também no trabalho, em toda e qualquer ocupação. Daí-me sede de almas.” Quanto ao zelo pela vida espiritual, podemos dizer que foi constante a sua preocupação de ser um religioso que busca a vida plena. Sentia, conforme escrevia em seu diário dia 20 de novembro: “Somos homens e, quando muito nos entregamos a obras exteriores, n os enfraquecemos na união com Jesus....” Os anos de 1955 e 1956, Frei Nicodemos passou-os em Curitiba, cursando Filosofia. Mesmo nesses período ele não esquecia que era religioso franciscano. “Deus quer o melhor de nós mesmos, é cioso do que Lhe prometi. De Sua parte tudo fa por mim, de minha parte, tudo o que eu posso fazer, devo fazer”. Como já lembramos, o que nos atraía em Frei Nicodemos era seu aspecto humanitário: um homem lutador, que enfrentava as dificuldades do dia-a-dia e não escondia, por vezes o sofrimento que sentia na carne pelas dúvidas que o assaltavam. Mas nunca esmorecia a confiança. Assim a 20 de maio de l955 suplicava à Santa Terezinha: “Tenho 25 anos e já era tempo de ter um caráter definido e formado. Acho-me tão fraco. Sou religioso, mas um religioso cheio de dúvidas, desânimo e fraqueza. Boa Santinha, a quem cumulou Deus com especiais favores, rogai por mim. Peço que alcanceis de Deus que eu obtenha clareza sobre a vocação para a qual fui chamado, luz do espírito para a mente, memória para o estudo, força e perseverança no bem, disposição e amor ao estudo e ao trabalho. Peço como atestado a vocação religiosa sacerdotal franciscana. É com humildade, boa irmãzinha, que assim peço. Podeis recusar o meu pedido se assim o quiserdes.... Seja feita a vontade de Deus! Entregava-sede corpo e alma à vontade divina, por isso concluía com segurança: “Darei ao vencedor o maná escondido e a coroa da vida eterna! Deus ajuda a que se ajuda”. De 1957 à 1960 Frei Nicodemos fez seu curso de Teologia em Petrópolis. Foi ordenado sacerdote a 12 de dezembro de 1.959. Após o ano de pastoral no convento de Santo Antonio do Rio de Janeiro, recebeu sua primeira transferência para o Seminário de Agudos como prefeito da 1ª Ala. Embora tivesse feito um bom trabalho entre os jovens, lembrava mais tarde a decepção que sofrera quando lá chegou, ante o comentário de alguém: “Tiram-nos os formados e mandam-nos os autodidatas”. Mas não podemosnegar que, o zelo pelo trabalho e seu grande esforço fez de Frei Nicodemos um grande autodidata. Os anos de 1961 a 1964 passou-os em Agudos. Já então,como experimentado educador da juventude. Frei Nicodemos foi solicitado para integrar a comunidade do Seminário de Guaratinguetá. Em 1968 foi mais uma vez convocado para oferecer seus préstimos junto à juventude, no Colégio Diocesano de Lages, em Santa Catarina. Foi Lages seu último campo de trabalho e testemunho franciscano; foi na comunidade de Lages que dedicou seu último esforço antes de descançar na comunidade do Pai. Seus últimos sete anos passados no trabalho pastoral e junto à juventude foram anos de grande crescimento espiritual de sua alma, dedicada a Deus e aos irmãos. Seus primeiros anos em Lages ocupou-os como prefeito do Internato e professor do Colégio Diocesano. Frei Nicodemos, como padre, prefeito dos jovens, mostrou-se sempre compreensivo e sabia adaptar-se à mentalidade jovem. Acima detudo era amigo das pessoas. Embora às vezes manifestasse algumas explosões de cólera, era um fogo passageiro, que deixava um rastro de bondade. Além de outras matérias, era também professor do ensino religioso. Os alunos apreciavam sobremaneira suas mensagens de toda hora. Frei Nicodemos não podia separar a mensagem da vida do conteúdo frio de uma disciplina qualquer. O que atraia em suas aulas, podemos até afirmar, não era muitas vezes o conteúdo da matéria, mas a apresentação de uma constante mensagem pessoal e seu próprio testemunho como pessoa feliz e realizada. Embora nuvens escuras tivessem pairado na vida íntima de Frei Nicodemos, jamais o ouvimos por em dúvida o conteúdo e a resolução de sua vida como franciscano e padre. Com a abertura da FACIP (Faculdade de Ciências e Pedagogia), Frei Nicodemos foi convidado para lecionar latim no curso de Letras. Abriu-se um novo campo de apostolado para aquele que jamais media esforços para ajudar seu semelhante. Ninguém há de negar a importância desse franciscano nos meios universitários da cidade. A presença da enorme massa humana de universitários que compareceu à missa de despedida do bom amigo, atestou quanto Frei Nicodemos marcou a vida deles. Mas o ideal de Frei Nicodemos ainda não estava completo. Como ardoroso entusiasta do trabalho missionário, Deus ainda ia atender seu desejo. E a ocasião apareceu: as férias de julho de 1975. Um grupo de abnegados confrades se inscreveu para uma missão popular na cidade de Rodeio. Exatamente no mesmo lugar onde, com ardor, Frei Nicodemos manifestara seu grande desejo missionário, nos tempos de noviciado. Assim, partiu de Lages com ânimo para entregar-se à missão que seria a coroa de sua vida de apóstolo. Frei Gabriel Wzoreck, numa comunicação ao provincialado,assim descreve os últimos momentos de Frei Nicodemos: “Ele tinha aceito pregar Missões na paróquia de Rodeio. Para lá se dirigia no começo do mês, todo animado. Na sexta feira, dia 11 de julho voltou à Lages, para ajeitar as aulas na Faculdade de Ciências e Pedagogia, pois as missões iriam até o dia 20, e não até dia 15, como pensara Frei Nicodemos. Após o almoço, lá pelas 14h, partiu de fuscão. A uns 20km de Lages, tentou ultrapassar três veículos, o que não conseguiu, chocando-se violentamente com um Maverick que vinha de Curitiba. Frei Nicodemos e os outros feridos foram imediatamente socorridos pela Polícia Rodoviária Federal e levados para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages. Frei Nicodemos teve esmagamento do tórax, com fratura de quase todas as costelas e várias perfurações do pulmão esquerdo. O seu estado foi se agravando. À noite os médicos acharam que deveriam ser tentada uma intervenção cirúrgica, que dava certa esperança. Realmente tudo correu bem na operação. A respiração melhorou. Começou mesmo a falar. Quis confessar. Recebeu a unção dos enfermos, a absolvição e comungou, participando conscientemente. Ao lhe dar a comunhão, disse-lhe Frei Gabriel Wzoreck: “Amanhã lhe trarei novamente a comunhão”. Ele respondeu convicto: “Você não vai me dar de novo a comunhão”. E foi o que aconteceu. Embora no dia seguinte tivesse se recuperado aparentemente, os rins não funcionavam. Domingo, pela madrugada, o estado de saúde se agravou. Pela manhã os médicos acharam que estava em condições de ser transportado para Curitiba, e ali, com recursos maiores, seria possível a sua recuperação. A FAB de Florianópolis cedeu, prontamente, seu Albatroz, aparelho para tais casos de transportes urgentes. Durante a viagem teve crises de respiração que pareciam fatais. Depois de muita angústia, foi internado no Hospital Nossa Senhora da Graças em Curitiba. Mas, pelas 19h do mesmo dia, domingo, não resistiu, vindo a falecer. Era chegada a sua hora. O Pai o chamou a Si. Missão cumprida!” Na hora da missa de corpo presente, a comunidade sentiu quanto era querido esse Franciscano. A multidão que acompanhou seu corpo no último adeus foi uma das maiores que Lages já viu..... Frei Nicodemos voltou para o Pai, mas sua lembrança permanece entre nós e no povo ao qual serviu tantos anos. Fica entre nós aquela alma pura, simples, aquele autentico franciscano! Conrado Vasselai. SER FRANCISCANO Frei Nicodemos Pinheiro Ninguém vive sem IDEAL. Importa tê-lo cada vez mais perfeito! Nas sendas de Francisco de Assis Encontrei o IDEAL que tanto procurei e quis e nele procurarei viver. Ser é ter atributo algum um modo de existir e estar, existir permanecer, ficar. Ser franciscano é ter atributo de Francisco, o Poverello de Assis,ideal que persegui e sempre quis em vez de ser rico, poderoso e astuto. Nas pegadas de Francisco caminho, o caminhar, simples, pobre maneira de ser nobre, evangélico,pobrezinho cristão perfeito.